Vendas reforçam a importância de sistemas antifraude

O período mais movimentado do varejo (físico e eletrônico) já chegou: Black Friday e Natal concentram o maior número de transações e vendas do ano. É um momento que requer bom planejamento e estratégias comerciais bem estruturadas, mas que também eleva a preocupação com os riscos de fraude e de alta na inadimplência.

“Infelizmente, as tentativas de fraude são comuns o ano todo, tornando impossível que uma empresa ‘baixe a guarda’ em seu trabalho de prevenção e combate a fraudes”, ressalta o diretor de Marketing e Soluções da Clearsale, Omar Jarouche. O executivo destaca que a curva de boas vendas costuma crescer mais em datas importantes para o varejo eletrônico, a exemplo da Black Friday e do Natal, entretanto, adverte “há um aumento expressivo do volume de transações, o que faz aumentar o número absoluto de tentativas de fraude”.

O CEO e cofundador da Konduto, Tom Canabarro, alerta que é momento de priorizar a segurança e o uso de sistemas antifraude, sobretudo, no varejo eletrônico. “A pandemia vai proporcionar a Black Friday e o Natal mais digitais da história neste final de ano. Certamente, vai aumentar o número de pedidos online em relação aos anos anteriores e, também, de fraudes”, contextualiza.  

Expansão do online

“Para 2020, esperamos um aumento de vendas nunca antes visto no e-commerce nesta data, já que, por causa da pandemia do novo coronavírus, temos muito mais pessoas comprando via e-commerce e muito mais empresas vendendo no mesmo ambiente”, projeta Jarouche. “Além disso, ainda deve haver algum receio das pessoas em ir até lojas físicas, onde a exposição ao vírus é muito maior, o que deve alavancar ainda mais as vendas em lojas online.”

De acordo com pesquisa realizada pelo Movimento Compre&Confie em parceria com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), os oito primeiros meses de 2020 demonstram a forte expansão do e-commerce neste ano, que registram alta de 65,7% no número de pedidos e de 56,8% no faturamento. Esse crescimento pode ganhar mais fôlego no último trimestre que concentra o calendário promocional da Black Friday e do Natal.

Essa perspectiva exige que as empresas atuantes com vendas online se preparem para o maior volume de tentativas de fraude. “Nos preparamos para garantir a segurança das transações, ainda que elas batam mais que o dobro do ano passado, por exemplo”, dimensiona Jarouche.

Entre oportunidades e riscos

A importância de analisar criteriosamente todas as transações cresce em momentos de grandes vendas, porque o varejo está em cenário de muitas oportunidades e deve trabalhar para aproveitá-las “O varejista tem que procurar aprovar o máximo de pedidos diante do menor risco possível, ainda mais neste momento de boom do e-commerce”, orienta Canabarro.

“Criar uma espécie de ‘temor’ de fraudes e chargebacks e negar qualquer compra minimamente suspeita pode ser uma estratégia que sai caro para o lojista, pois, na realidade, pode estar negando compras boas – o que na área de prevenção à fraude chamamos de falso-positivas”, ressalta.

Canabarro acrescenta que “o varejista também deve ter cuidado com todos os meios de pagamento, desde os tradicionais (vide boletos falsos e clonagem de cartões) até os que estão em crescimento, como link de pagamento, por exemplo, que pode ser facilmente usado por um criminoso que consegue acesso a uma conta.”

A melhor opção para se prevenir contra os riscos de fraude é estar com a área bem estruturada para lidar com o aumento da demanda. “Contar com um sistema antifraude eficiente ou ter uma equipe interna de análise de risco é a melhor maneira de evitar os golpes, ainda mais em períodos com volumes de visita acima da média.”

Inadimplência está em queda

Outra preocupação do varejo em relação ao fim de ano é com os riscos de inadimplência, cujas taxas estavam em evolução até o terceiro trimestre de 2020, mas que já sinalizam para uma tendência de queda, de acordo com dados da Projeção de Inadimplência, desenvolvida pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar).

A entidade estima que, em setembro, a taxa de inadimplência de pessoa física alcançou 4,84%. Porém, o momento é de cautela para o consumidor, que demonstra menos apetite para operar com crédito, avalia o presidente do Ibevar, Claudio Felisoni de Angelo. “”Em razão do próprio desemprego ou a insegurança em relação ao emprego, as pessoas diminuíram gastos com itens de maior valor, que estão associadas ao crédito e, consequentemente, ao risco de inadimplir”, explica.

A Projeção de Inadimplência do Ibevar prevê, portanto, que a taxa deve registrar pequenas e gradativas quedas até o fim deste ano. Reduzindo dos 4,84%, em setembro, para 4,78% (outubro), 4,69% (novembro) e 4,66% (dezembro). Mesmo com a reversão de tendência em relação à inadimplência, os varejistas devem ficar atentos aos processos de concessão de crédito e controle de contas em atraso para evitar riscos de liquidez para o negócio.

Fonte: https://www.supervarejo.com.br/materias/aumento-das-vendas-reforca-importancia-de-sistemas-antifraude

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